2010: o ano de todos os (grandes) discos

É uma altura triste para não ter tempo nem dinheiro. Parece que não há banda ou músico em nome individual, bom ou mau, que não se tenha lembrado de lançar um novo álbum em 2010. Mais ainda, vivemos uma silly season que está a ser tudo menos silly em termos de anúncios ou de lançamentos discográficos recentes (o triste panorama de concertos estivais extra-festivais, esse, infelizmente, mantém-se).
Dizia eu que, nos dias que correm, não há trovador (ou agrupamento deles) de instrumento em punho que não se ache no direito de registar para a posteridade os seus assomos criativos. Uns mais criativos e interessantes que outros. E com a falta de talento posso eu bem (ignoro-a), mas o que é realmente preocupante no meio de tudo isto é que, por esta altura, já circulam por aí alguns dos suspeitos do costume para disco do ano. Wolf Parade ("Expo 86") e Menomena ("Mines") são adições ao plantel relativamente recentes. Antes disso, houve também não um, mas sim dois novos discos dos Harvey Milk. Um deles recuperado do fundo do baú do tesouro (as "Bob Weston Sessions") e o outro, novinho em folha ("A Small Turn of Human Kindness"). Não sendo isto suficiente, há ainda notícias de um novo de Torche ("Songs for Singles") lá para o final de Setembro, e de Les Savy Fav ("Root for Ruin") em meados desse mesmo mês... E os Kylesa, que não satisfeitos com os estragos causados por "Static Tensions" no ano passado, voltam à carga este Outono. Mas há ainda outros fortes candidatos ao título. A saber: Sightings ("City of Straw"), Master Musicians of Bukkake ("Totem Two") - que já caminham entre nós - Marnie Stern ("Marnie Stern") e Zach Hill ("Face Tat") - ambos anunciados para Outubro.
Quanto a novas bandas (umas mais que outras, que isto da novidade é sempre relativo, dado que há por aí muito boa gente que listens to bands that don't even exist yet), há por aí duas ou três coisas que me titilaram as antenas: as 'capas do Baizley' - ou seja, Kvelertak ("Kvelertak") e Black Tusk ("Taste the Sin") - Howl ("Full of Hell"), Black Breath ("Heavy Breathing") ou os Wolf People ("Tidings").

Posto isto, resta-me apenas dizer que, para além das bandas com wolf e/ou black no nome continuarem em alta, este ano a escolha - seja do disco do ano, seja dos discos que se compram e dos que ficam a aguardar melhores dias - se afigura dificílima. E note-se que esta lista não pretende, de forma alguma, ser exaustiva. Trata-se apenas de alguns nomes que me vieram à memória. Outros tantos terão ficado para trás e mais ainda, com certeza, estarão para vir. Sugestões vossas também serão sempre bem-vindas.

Popular Posts