singles em revista
O single. Esse formato maneirinho que leva muito boa/má gente a conhecer muitos bons/maus músicos e bandas. Por vezes amado, outras odiado (a escolha dos temas single poderá sempre ser motivo de controvérsia ou disputa), não deixa de ser uma forma rápida e eficaz de novas e velhas bandas se darem a conhecer e assim se mostrarem ao mundo.
Ainda assim, e falando do suporte físico apenas, foi um formato que nunca me seduziu por aí além. Primeiro, porque a aquisição de singles neste país nunca foi economicamente vantajosa para o consumidor de música e, segundo, porque sempre preferi ter o produto por inteiro, e não uma ou duas faixas apenas. Mas devo admitir que desde que tenho o prato (sobretudo) e que comecei a ir ao estrangeiro com mais frequência (especialmente em Inglaterra, onde há uma verdadeira cultura do single e estes são realmente baratos), a minha paixão por este formato aumentou exponencialmente.
Estes que passo a escrutinar, alguns dos quais talvez não sejam singles per se, foram adquiridos entre Espanha, Inglaterra e Portugal, e o formato varia entre o vinil e o CD. Começando pelo vinil...
Black Kids - "I'm Not Gonna Teach Your Boyfriend How to Dance with You" (2008, Almost Gold)
Black Kids - "Hurricane Jane" (2008, Almost Gold) (white vinyl/orange vinyl)
Quanto a mim, um dos temas mais fortes de "Partie Traumatic", o disco de estreia dos Black Kids, este "I'm Not Gonna Teach Your Boyfriend..." teve a sua edição em vinil branco de 12", complementado com duas remisturas deste tema single, que, como qualquer remix manhosa que se preze, não são mais do que uma mixórdia electro-disco-execravelzinha feita a partir do original. Perfeitamente dispensáveis, portanto. Mas pelo preço que foi, também não me posso queixar muito.
Já com "Hurricane Jane" se compreendem algumas das comparações feitas entre Reggie Youngblood e Robert Smith (versão cheerful). Acabei por adquirir as duas versões do vinil, uma vez os lados-B são diferentes: "Power in the Blood" na a versão branca e "You Only Call Me When You're Crying" na laranja. Não sendo Black Kids no seu melhor, qualquer uma delas é infinitamente superior às remixes manhosas.
M. Ward - "To Go Home" (2007, 4AD)
M. Ward, cantautor de profissão e amante de todas as coisas alt.country, também conhecido por ser uma das metades do projecto She & Him, sendo que a outra metade é a actriz Zooey Deschanel, que muito me agradou no "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy" e que, por sua vez, é irmã de uma outra acriz também da minha estima, Emily Deschanel (as coisas que eu sei. Tudo informação completamente inútil, mas enfim...). Dizia eu que M. Ward apresenta neste "To Go Home" (que, talvez mais apropriadamente, se trate de um EP e não de um single, uma vez que é um 7" duplo) quatro temas bastante interessantes, que não sendo extraordinários, ouvem-se bastante bem.
The Accidental - "I Can Hear Your Voice" (2008, Full Time Hobby)
E depois da country de facção alternativa, passamos à folk solarenga dos The Accidental. "I Can Hear Your Voice" é ideal para ouvir em fins-de-semana despreocupados (como é o caso) e o seu lado-B é uma remistura bastante agradável (não-manhosa portanto) feita por James Yuill, numa toada muito The Postal Service.
Late of the Pier - "Space and the Woods/Focker" (2008, Parlophone)
Cada vez tenho menos pachorra para essas ondas dancefloor friendly do nu-rave-rock-electro-coiso-e-tal... Aliás, é coisa que raramente - e cada vez menos - oiço. Mas abro uma excepção para os Late of the Pier. Sem mais qualquer tipo de justificação adicional, pura e simplesmente, agradam-me.
Black Mountain - "Stormy High" (2006, Suicide Squeeze).
"Stormy High" é uma versão prévia do tema de abertura, e um dos meus favoritos, do último registo dos Black Mountain, "In the Future". Já "Voices", o lado-B, é uma canção bastante mais folky que o habitual para os Black Mountain, e que não é tanto do meu agrado.
Edição limitada a 2000 cópias, e uma delas está nas minhas mãos. Weeeee!!
Black Moth Super Rainbow - "Zodiac Girls" (2008, Suicide Squeeze)
Mais uma aposta ganha no campo das electrónicas alucinadas para a Suicide Squeeze. Este "Zodiac Girls" é apenas uma das várias razões para tal.
Rites of Spring - "All Through a Life" (1987, Dischord)
Banda seminal do emocore/post-hardcore, os Rites of Spring contavam nas suas fileiras com essas entidades místicas que dão pelos nomes de Guy Picciotto e Brendan Canty. "All Through a Life" - também ele, na realidade, um EP - é o último registo da curta discografia da banda, posteriormente reunida numa única colectânea, "End on End".
Um clássico e nada menos que um clássico.
Fucked Up - "Year of the Pig" (2008, Matador) (Japanese edition)
Este "Year of the Pig" é uma de três partes da reedição/reinterpretação do 12" original. Há ainda uma edição para os Estados Unidos e outra para o Reino Unido, sendo que todas contêm faixas diferentes. Nesta, o lado A é um edit de "YOTP" feito por Corona, e o B é uma cover de "For My Friends".
Os três vinis, bem como os dois temas do 12" original, foram ainda coligidos num único CD. Tudo com o selo da Matador.
Parts & Labor - Tour 7" (2008, Altin Village & Mine)
Como o próprio nome indica, este 7" foi criado propositadamente para ser vendido durante a última tournée da banda, embora ainda possa ser adquirido no site da editora. São duas faixas inéditas bem porreirinhas, gravadas ainda com o antigo baterista da banda, Chris Weingarten, num registo mais 'limpo' do que o habitual nos P&L. A primeira delas, "We Were Here (Wir Waren Hier)", conta ainda com a colaboração de Kurt Beals dos Pterodactyl na voz.
Passando aos CDs...
Scout Niblett - "Just Do It/Dinosaur Egg" (2007, Too Pure)
Mais um EP, desta feita pela mão da Ms. Scout Niblett. Três temas marcados pelo seu belíssimo registo despojado, com os típicos outbursts roqueiros.
Tegan and Sara - "The Con" (2007, Sire/Vapor)
Tema título para o último álbum das manas Quin, "The Con" cosumava rodar insistentemente no meu estéreo aqui há uns tempos atrás. Embora o impacto já não seja tão forte e actualmente o ouça com muito menos frequência, continua a ser uma grande canção.
XX Teens - "How to Reduce the Chances of Being a Terror Victim" (2008, Mute)
Devo confessar que a primeira impressão que tive dos XX Teens foi bastante superior a qualquer uma das posteriores. Este "How to Reduce..." é um exemplo disso. Um tema sem grande interesse, complementado com um lado B perfeitamente desnecessário, que mais não é do que uma versão a capella desse mesmo tema.
The Mae-Shi - "Run to Your Grave" (2008, Moshi Moshi)
The Mae-Shi - "Lamb & Lion" (2008, Moshi Moshi)
Dois singles para "HLLLYH", mais três lados-B. Não sendo formalmente muito semelhantes, comparo os The Mae-Shi a uns Man Man, mais pelo factor diversão/palhaçada.
Archie Bronson Outfit - "Dart for My Sweetheart" (2006, Domino)
The Pyramids - "Hunch Your Body, Love Somebody" (2007, Domino)
A "Dart for My Sweetheart" já aqui tinha dado o merecido destaque há uns tempos atrás (o single traz ainda dois lados B, "In the Shadow of Love" e "Fire Horse"). Grande tema para os não menos grandes Archie Bronson Outfit (ABO).
Já os The Pyramids (que não deverão ser confundidos com os Pyramids da Hydra Head) são dois terços dos ABO, e as semelhanças estão lá para quem as quiser descobrir. Este "Hunch Your Body..." podia perfeitamente ser uma faixa mais noise dos ABO.
Nota: Cliquem nos títulos para ver os vídeos.
Ainda assim, e falando do suporte físico apenas, foi um formato que nunca me seduziu por aí além. Primeiro, porque a aquisição de singles neste país nunca foi economicamente vantajosa para o consumidor de música e, segundo, porque sempre preferi ter o produto por inteiro, e não uma ou duas faixas apenas. Mas devo admitir que desde que tenho o prato (sobretudo) e que comecei a ir ao estrangeiro com mais frequência (especialmente em Inglaterra, onde há uma verdadeira cultura do single e estes são realmente baratos), a minha paixão por este formato aumentou exponencialmente.
Estes que passo a escrutinar, alguns dos quais talvez não sejam singles per se, foram adquiridos entre Espanha, Inglaterra e Portugal, e o formato varia entre o vinil e o CD. Começando pelo vinil...
Black Kids - "I'm Not Gonna Teach Your Boyfriend How to Dance with You" (2008, Almost Gold)
Black Kids - "Hurricane Jane" (2008, Almost Gold) (white vinyl/orange vinyl)
Quanto a mim, um dos temas mais fortes de "Partie Traumatic", o disco de estreia dos Black Kids, este "I'm Not Gonna Teach Your Boyfriend..." teve a sua edição em vinil branco de 12", complementado com duas remisturas deste tema single, que, como qualquer remix manhosa que se preze, não são mais do que uma mixórdia electro-disco-execravelzinha feita a partir do original. Perfeitamente dispensáveis, portanto. Mas pelo preço que foi, também não me posso queixar muito.
Já com "Hurricane Jane" se compreendem algumas das comparações feitas entre Reggie Youngblood e Robert Smith (versão cheerful). Acabei por adquirir as duas versões do vinil, uma vez os lados-B são diferentes: "Power in the Blood" na a versão branca e "You Only Call Me When You're Crying" na laranja. Não sendo Black Kids no seu melhor, qualquer uma delas é infinitamente superior às remixes manhosas.
M. Ward - "To Go Home" (2007, 4AD)
M. Ward, cantautor de profissão e amante de todas as coisas alt.country, também conhecido por ser uma das metades do projecto She & Him, sendo que a outra metade é a actriz Zooey Deschanel, que muito me agradou no "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy" e que, por sua vez, é irmã de uma outra acriz também da minha estima, Emily Deschanel (as coisas que eu sei. Tudo informação completamente inútil, mas enfim...). Dizia eu que M. Ward apresenta neste "To Go Home" (que, talvez mais apropriadamente, se trate de um EP e não de um single, uma vez que é um 7" duplo) quatro temas bastante interessantes, que não sendo extraordinários, ouvem-se bastante bem.
The Accidental - "I Can Hear Your Voice" (2008, Full Time Hobby)
E depois da country de facção alternativa, passamos à folk solarenga dos The Accidental. "I Can Hear Your Voice" é ideal para ouvir em fins-de-semana despreocupados (como é o caso) e o seu lado-B é uma remistura bastante agradável (não-manhosa portanto) feita por James Yuill, numa toada muito The Postal Service.
Late of the Pier - "Space and the Woods/Focker" (2008, Parlophone)
Cada vez tenho menos pachorra para essas ondas dancefloor friendly do nu-rave-rock-electro-coiso-e-tal... Aliás, é coisa que raramente - e cada vez menos - oiço. Mas abro uma excepção para os Late of the Pier. Sem mais qualquer tipo de justificação adicional, pura e simplesmente, agradam-me.
Black Mountain - "Stormy High" (2006, Suicide Squeeze).
"Stormy High" é uma versão prévia do tema de abertura, e um dos meus favoritos, do último registo dos Black Mountain, "In the Future". Já "Voices", o lado-B, é uma canção bastante mais folky que o habitual para os Black Mountain, e que não é tanto do meu agrado.
Edição limitada a 2000 cópias, e uma delas está nas minhas mãos. Weeeee!!
Black Moth Super Rainbow - "Zodiac Girls" (2008, Suicide Squeeze)
Mais uma aposta ganha no campo das electrónicas alucinadas para a Suicide Squeeze. Este "Zodiac Girls" é apenas uma das várias razões para tal.
Rites of Spring - "All Through a Life" (1987, Dischord)
Banda seminal do emocore/post-hardcore, os Rites of Spring contavam nas suas fileiras com essas entidades místicas que dão pelos nomes de Guy Picciotto e Brendan Canty. "All Through a Life" - também ele, na realidade, um EP - é o último registo da curta discografia da banda, posteriormente reunida numa única colectânea, "End on End".
Um clássico e nada menos que um clássico.
Fucked Up - "Year of the Pig" (2008, Matador) (Japanese edition)
Este "Year of the Pig" é uma de três partes da reedição/reinterpretação do 12" original. Há ainda uma edição para os Estados Unidos e outra para o Reino Unido, sendo que todas contêm faixas diferentes. Nesta, o lado A é um edit de "YOTP" feito por Corona, e o B é uma cover de "For My Friends".
Os três vinis, bem como os dois temas do 12" original, foram ainda coligidos num único CD. Tudo com o selo da Matador.
Parts & Labor - Tour 7" (2008, Altin Village & Mine)
Como o próprio nome indica, este 7" foi criado propositadamente para ser vendido durante a última tournée da banda, embora ainda possa ser adquirido no site da editora. São duas faixas inéditas bem porreirinhas, gravadas ainda com o antigo baterista da banda, Chris Weingarten, num registo mais 'limpo' do que o habitual nos P&L. A primeira delas, "We Were Here (Wir Waren Hier)", conta ainda com a colaboração de Kurt Beals dos Pterodactyl na voz.
Passando aos CDs...
Scout Niblett - "Just Do It/Dinosaur Egg" (2007, Too Pure)
Mais um EP, desta feita pela mão da Ms. Scout Niblett. Três temas marcados pelo seu belíssimo registo despojado, com os típicos outbursts roqueiros.
Tegan and Sara - "The Con" (2007, Sire/Vapor)
Tema título para o último álbum das manas Quin, "The Con" cosumava rodar insistentemente no meu estéreo aqui há uns tempos atrás. Embora o impacto já não seja tão forte e actualmente o ouça com muito menos frequência, continua a ser uma grande canção.
XX Teens - "How to Reduce the Chances of Being a Terror Victim" (2008, Mute)
Devo confessar que a primeira impressão que tive dos XX Teens foi bastante superior a qualquer uma das posteriores. Este "How to Reduce..." é um exemplo disso. Um tema sem grande interesse, complementado com um lado B perfeitamente desnecessário, que mais não é do que uma versão a capella desse mesmo tema.
The Mae-Shi - "Run to Your Grave" (2008, Moshi Moshi)
The Mae-Shi - "Lamb & Lion" (2008, Moshi Moshi)
Dois singles para "HLLLYH", mais três lados-B. Não sendo formalmente muito semelhantes, comparo os The Mae-Shi a uns Man Man, mais pelo factor diversão/palhaçada.
Archie Bronson Outfit - "Dart for My Sweetheart" (2006, Domino)
The Pyramids - "Hunch Your Body, Love Somebody" (2007, Domino)
A "Dart for My Sweetheart" já aqui tinha dado o merecido destaque há uns tempos atrás (o single traz ainda dois lados B, "In the Shadow of Love" e "Fire Horse"). Grande tema para os não menos grandes Archie Bronson Outfit (ABO).
Já os The Pyramids (que não deverão ser confundidos com os Pyramids da Hydra Head) são dois terços dos ABO, e as semelhanças estão lá para quem as quiser descobrir. Este "Hunch Your Body..." podia perfeitamente ser uma faixa mais noise dos ABO.
Nota: Cliquem nos títulos para ver os vídeos.