"sempre a roquenrolar!"
"Boomerang"
Eles chamam-se Black Lips.
Eles são feios, porcos e maus. Ou talvez não tanto. Até são engraçadotes. Um deles parece um cossaco russo, há um outro que parece um coelho com uma dentição metálica. Mais um proto-marinheiro e um baterista com síndrome de Tourette e uma t-shirt dos Sizo.
São um pouco badalhocos, sim. Cospem para o chão, cospem para o ar. Enfim, cospem nas mais variadíssimas direccções. E abrem garrafas de cerveja com os dentes (assim se percebe a utilidade de uma dentição metálica). Ao que parece, a nudez e os vómitos e micções dirigidas à plateia são coisas do passado (ou se calhar ainda não estavam bebidos o suficiente): quando uma adepta mais fervorosa lhes pede para exibirem a genitália eles limitam-se a replicar algo do género, "You have a beautiful city, we don't want to ruin the landscape with that.".
Mas, acima de tudo, eles são hilariantes. Divertem-se, eles próprios, e divertem qualquer ser vivo que se encontre num raio de 250 metros, com o seu auto-intitulado flower-punk. Vozes desafinados, coros 'chá-lá-lá-uá-uá', gargalhadas fantasmagóricas, berraria avulsa, interlúdios musicais, guitarras à desgarrada, faz tudo parte do espetáculo! Provando, mais uma vez, que o bom rock & roll, aquele sujinho e gingão (brincalhão?), dispensa pretensiosismos e/ou perfeccionismos.
Na noite de terça para quarta, eles presentearam um Lux bem composto, não a abarrotar, com cerca de uma hora do seu mais puro delírio roquenrolesco. Curto e grosso, como se quer... E foi muito bom!
Já na noite anterior tinha sido a vez do Porto-Rio. Conta-se que por lá os ânimos andaram exaltados. Para verem os vídeos e lerem o relato, queiram ter a bondade de se dirigir ao estaminé dos honoráveis companheiros do Hug The DJ.