chamem a polícia!

Quanto a mim, os Interpol têm vindo a decair de álbum para álbum. E, felizmente, eles têm noção disso.
É incontornável, os rapazes da polícia internacional vivem de um grande álbum ("Turn On The Bright Lights"), de um outro bastante bom ("Antics") e respiram um pouco de um outro mediano ("Our Love to Admire"). E isso manifesta-se nas suas actuações ao vivo.
O concerto do passado dia 7, no Coliseu dos Recreios, não foi excepção, tal como já não tinha sido a actuação no SBSR.
Começaram bastante bem, com um dos temas mais fortes do seu último álbum, "Pioneer to the Falls", tendo desfiado de seguida alguns dos temas mais marcantes dos seus dois primeiros registos. Lá para o meio, a coisa arrefeceu bastante, naquilo que eu gosto de chamar 'está na hora da mijinha', coincidindo com o grosso da apresentação dos temas de "Our Love to Admire", tendo melhorado substancialmente a partir da interpretação das colossais "Evil" e "C'mere". O final foi, novamente, apoteótico, com a magnífica "Stella..." e o não menos bom "PDA" a fechar o alinhamento.
Para ser franca, não ia com grandes expectativas para este concerto de Interpol. Depois deste último álbum, não esperava muito para além daquilo que eles já tinham mostrado no SBSR. Não tendo sido um mau concerto (muito pelo contrário) não me surpreendeu, acabando mesmo por se tornar um pouco maçador.
E diga-se de passagem que eles não são, propriamente, os melhores executantes em termos técnicos (se bem me lembro, foi durante o "Say Hello to the Angels" que, a dada altura, a bateria estava completamente fora de tempo, entre outro 'pregos' avulsos).
É daquelas bandas para ver uma vez na vida e guardar, com muito amor e carinho, a recordação... Mas atenção! Isto não altera a minha opinião relativamente ao Daniel Kessler, pois o meu amor por ele é incondicional!

Quanto aos Blonde Redhead, encarregues da primeira parte, a coisa já piou de forma diferente. De facto, os cabecitas loiro-ruivas eram, para mim, o principal ponto de interesse dessa noite. E não defraudaram as expectativas.
Apesar da curta amostra daquilo que eles são capazes ao vivo não permitir aferir o seu verdadeiro potencial, o pouco que nos foi mostrado deixou-me a salivar por mais... Muito mais!

Nota: Li/ouvi opiniões de várias pessoas, que atribuíam a lotação esgotada do Coliseu nessa noite ao facto de uma música dos Interpol passar nessa monstruosidade que é os "Morangos com Açúcar". Tenho a dizer que discordo. Duvido que o espectador-padrão dessa aberração faça a puta da ideia sobre quem sejam os Interpol. Aquilo é mais teeny-boppers, betos pseudo-radicais que curtem o Jack Jonhson e a música do Jah, entre outros frequentadores habituais do Sudoeste... Mas isto sou só eu.

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