sbsr, o rescaldo
Parafraseando os Modest Mouse (quem mais?), “It was always worth it.” E este valeu mesmo a pena. Seguem-se aqueles que foram os momentos mais marcantes destes 3 dias do 2º acto do Super Bock Super Rock.
3 de Julho... O recinto já era conhecido, o percurso também. Horários analisados e estava feito o plano de ataque. Ao que parece a tal banda pre-load dava pelo nome de Y?, eu é que não me dei ao trabalho de chegar a tempo para os descobrir. Seguiram-se os Bunnyranch que continuam a dar concertos electrizantes. Foi um excelente aquecimento. Quanto aos The Gift, continuam a soar-me muito mal, mesmo à distância. Aproveitei para beber mais uns canecos e relaxar à beira rio (Trancão, mas ninguém diria se o visse de onde eu estava).
Com os Klaxons as coisas começaram a tornar-se bastante interessantes. Uma banda que em disco não me atrai particularmente, mas que dá um excelente espectáculo. Para dançar à parva até não poder mais. Mereciam uma hora mais tardia.
Os Magic Numbers, por seu lado, soaram-me bastante bem à distância, mais precisamente à distância da zona dos ‘comes e bebes’ (Ui! E que comes e bebes! Imperial cortada com água e massas de ácidos gordos saturados servidas enroladas em guardanapos, que provavelmente já tinham sido usados como papel higiénico... Não melhorem não!). Mais uma que não me diz nada em disco, mas que até me conseguiu agradar em concerto.
Seguem-se os Bloc Party. Nada de novo. Bom primeiro álbum, péssimo segundo. Concerto competente, mas nada por aí além. Kele Okereke continua com uma prestação vocal ao vivo bastante sofrível, o que neste caso foi ainda mais notório relativamente ao concerto em Paredes de Coura. Ainda assim, foi bom recordar “Silent Alarm”.
Save the best for last... E a noite foi toda dos Arcade Fire. Um concerto soberbo! Terá superado, em minha humilde opinião, a primeira aparição da banda aqui no rectângulo, lá para os lados do Minho. A entrega e a simpatia da banda pareceram-me muito mais genuínas. E a entrega do público também não ficou nada atrás. Foi um momento verdadeiramente belo, daqueles que as palavras não conseguem expressar. Vibrante e envolvente. Excusado será dizer que dancei/convulsionei até cair para o lado.
4 de Julho... Depois de ter dispensado Mundo Cão e Linda Martini, por falta de vontade e excesso de cansaço, o dia começou com os Clap Your Hands Say Yeah. Um concerto que, quanto a mim, não surpreendeu mas também não desiludiu. O que me desiludiu realmente foi o cancelamento do concerto dos The Rapture. Parece que não foi desta.
Os Maxïmo Park eram uma das bandas à volta da qual eu tinha criado mais expectativas. E cumpriram-nas todas! O concerto foi marcado pela presença cativante do vocalista Paul Smith (talvez a personagem mais simpática e afável de todo o festival... E que voz!), bem como pelo fabuloso desempenho musical dos restantes elementos da banda. Inesquecível! “Love is a lie which means I've been lied to/Love is a lie, which means I've been lying too.” You're so right Mr. Smith!
E agora, que me perdoem os fãs indefectíveis, mas nunca fui grande apreciadora de Jesus nem da Maria Corrente. Apesar de toldada pelas minhas opiniões pessoais, devo admitir que deram um bom concerto (problemas técnicos à parte). Apenas me pareceram demasiado estáticos. Aproveitei para ir beber mais um caneco pouco tempo antes do final.
A última banda a subir ao palco foram os LCD Soundsystem, que têm algo em comum com os Klaxons: em disco passa-me ao lado mas em concerto conseguem agradar-me bastante. Mais um dia terminado a dançar à parva como se não houvesse amanhã!
5 de Julho... Último dia, e curiosamente aquele em que me sentia menos extenuada, talvez pela expectativa da antecipação do concerto de TV on the Radio. As baixas calculadas do dia foram Anselmo Ralph e Micro Audio Waves. Por motivos ‘logísticos’ não consegui chegar a tempo do concerto de X-Wife. Assim, o dia começou com The Gossip e a incontornável Ms. Beth Ditto (isto não é nenhuma piada à massa corporal da senhora). Pode-se dizer que o concerto teve a dimensão da sua vocalista (isto sim era uma piada... Bah! Esqueçam!), elogios da praxe a X-Wife e TVOTR também incluídos no cardápio. Só faltou mesmo foi o strip!
Seguiu-se aquele que era, para mim, o momento mais ansiado de todo o festival. O concerto dos TV on the Radio. É-me um pouco difícil falar daquela que é actualmente a minha banda favorita, e de um concerto que quanto a mim foi perfeito. Verdadeiramente maravilhoso, hipnótico, grandioso, catártico. Perfeito. Ponto. Agradaram-me particularmente as variações introduzidas nos temas interpretados, o que reforça a qualidade experimental e flexível da banda. Apenas me soube a muito, muito pouco. Já mereciam um concerto em nome próprio.
E depois desta experiência transcendental, estava na hora de assimilar toda essa informação e repor energias. E que melhor altura para o fazer que durante o concerto de Scissor Sisters? Sinceramente, não há pachorra!
Corpo e mente revitalizadas, estava na hora de Interpol. Mais uma das grandes expectativas para este festival. Felizmente optaram por repartir equitativamente a actuação pelos 3 álbums. E o “Turn on the Bright Lights” é um dos meus álbuns preferidos de todos os tempos. Foi uma pequena pérola de tristeza este concerto, mesmo a atitude fria e distante dos músicos em palco se adequa à toada triste e melancólica das canções. Já não me lembro se cheguei a verter alguma lágrima, mas se não o fiz estive lá muito perto! *Snif, snif*
E com Underworld terminou a 13ª edição do SBSR. E de que maneira! Dançar à parva com muito espaço à volta foi o lema para a ocasião. E o binómio “Trainspotting”/“Born Slippy” deixaram uma marca profunda na minha transição para a maioridade. Ainda assim, o cansaço acumulado começou a fazer-se sentir e já não ficámos para o encore.
E para o ano, se o critério se mantiver, lá estaremos de novo...
Nota: fotos de Manuel Lino para o IOL Música
3 de Julho... O recinto já era conhecido, o percurso também. Horários analisados e estava feito o plano de ataque. Ao que parece a tal banda pre-load dava pelo nome de Y?, eu é que não me dei ao trabalho de chegar a tempo para os descobrir. Seguiram-se os Bunnyranch que continuam a dar concertos electrizantes. Foi um excelente aquecimento. Quanto aos The Gift, continuam a soar-me muito mal, mesmo à distância. Aproveitei para beber mais uns canecos e relaxar à beira rio (Trancão, mas ninguém diria se o visse de onde eu estava).
Com os Klaxons as coisas começaram a tornar-se bastante interessantes. Uma banda que em disco não me atrai particularmente, mas que dá um excelente espectáculo. Para dançar à parva até não poder mais. Mereciam uma hora mais tardia.
Os Magic Numbers, por seu lado, soaram-me bastante bem à distância, mais precisamente à distância da zona dos ‘comes e bebes’ (Ui! E que comes e bebes! Imperial cortada com água e massas de ácidos gordos saturados servidas enroladas em guardanapos, que provavelmente já tinham sido usados como papel higiénico... Não melhorem não!). Mais uma que não me diz nada em disco, mas que até me conseguiu agradar em concerto.
Seguem-se os Bloc Party. Nada de novo. Bom primeiro álbum, péssimo segundo. Concerto competente, mas nada por aí além. Kele Okereke continua com uma prestação vocal ao vivo bastante sofrível, o que neste caso foi ainda mais notório relativamente ao concerto em Paredes de Coura. Ainda assim, foi bom recordar “Silent Alarm”.
Save the best for last... E a noite foi toda dos Arcade Fire. Um concerto soberbo! Terá superado, em minha humilde opinião, a primeira aparição da banda aqui no rectângulo, lá para os lados do Minho. A entrega e a simpatia da banda pareceram-me muito mais genuínas. E a entrega do público também não ficou nada atrás. Foi um momento verdadeiramente belo, daqueles que as palavras não conseguem expressar. Vibrante e envolvente. Excusado será dizer que dancei/convulsionei até cair para o lado.
4 de Julho... Depois de ter dispensado Mundo Cão e Linda Martini, por falta de vontade e excesso de cansaço, o dia começou com os Clap Your Hands Say Yeah. Um concerto que, quanto a mim, não surpreendeu mas também não desiludiu. O que me desiludiu realmente foi o cancelamento do concerto dos The Rapture. Parece que não foi desta.
Os Maxïmo Park eram uma das bandas à volta da qual eu tinha criado mais expectativas. E cumpriram-nas todas! O concerto foi marcado pela presença cativante do vocalista Paul Smith (talvez a personagem mais simpática e afável de todo o festival... E que voz!), bem como pelo fabuloso desempenho musical dos restantes elementos da banda. Inesquecível! “Love is a lie which means I've been lied to/Love is a lie, which means I've been lying too.” You're so right Mr. Smith!
E agora, que me perdoem os fãs indefectíveis, mas nunca fui grande apreciadora de Jesus nem da Maria Corrente. Apesar de toldada pelas minhas opiniões pessoais, devo admitir que deram um bom concerto (problemas técnicos à parte). Apenas me pareceram demasiado estáticos. Aproveitei para ir beber mais um caneco pouco tempo antes do final.
A última banda a subir ao palco foram os LCD Soundsystem, que têm algo em comum com os Klaxons: em disco passa-me ao lado mas em concerto conseguem agradar-me bastante. Mais um dia terminado a dançar à parva como se não houvesse amanhã!
5 de Julho... Último dia, e curiosamente aquele em que me sentia menos extenuada, talvez pela expectativa da antecipação do concerto de TV on the Radio. As baixas calculadas do dia foram Anselmo Ralph e Micro Audio Waves. Por motivos ‘logísticos’ não consegui chegar a tempo do concerto de X-Wife. Assim, o dia começou com The Gossip e a incontornável Ms. Beth Ditto (isto não é nenhuma piada à massa corporal da senhora). Pode-se dizer que o concerto teve a dimensão da sua vocalista (isto sim era uma piada... Bah! Esqueçam!), elogios da praxe a X-Wife e TVOTR também incluídos no cardápio. Só faltou mesmo foi o strip!
Seguiu-se aquele que era, para mim, o momento mais ansiado de todo o festival. O concerto dos TV on the Radio. É-me um pouco difícil falar daquela que é actualmente a minha banda favorita, e de um concerto que quanto a mim foi perfeito. Verdadeiramente maravilhoso, hipnótico, grandioso, catártico. Perfeito. Ponto. Agradaram-me particularmente as variações introduzidas nos temas interpretados, o que reforça a qualidade experimental e flexível da banda. Apenas me soube a muito, muito pouco. Já mereciam um concerto em nome próprio.
E depois desta experiência transcendental, estava na hora de assimilar toda essa informação e repor energias. E que melhor altura para o fazer que durante o concerto de Scissor Sisters? Sinceramente, não há pachorra!
Corpo e mente revitalizadas, estava na hora de Interpol. Mais uma das grandes expectativas para este festival. Felizmente optaram por repartir equitativamente a actuação pelos 3 álbums. E o “Turn on the Bright Lights” é um dos meus álbuns preferidos de todos os tempos. Foi uma pequena pérola de tristeza este concerto, mesmo a atitude fria e distante dos músicos em palco se adequa à toada triste e melancólica das canções. Já não me lembro se cheguei a verter alguma lágrima, mas se não o fiz estive lá muito perto! *Snif, snif*
E com Underworld terminou a 13ª edição do SBSR. E de que maneira! Dançar à parva com muito espaço à volta foi o lema para a ocasião. E o binómio “Trainspotting”/“Born Slippy” deixaram uma marca profunda na minha transição para a maioridade. Ainda assim, o cansaço acumulado começou a fazer-se sentir e já não ficámos para o encore.
E para o ano, se o critério se mantiver, lá estaremos de novo...
Nota: fotos de Manuel Lino para o IOL Música